Wednesday, February 18, 2009

Reservas marinhas.. Um novo paradigma!

Novo paradigma para as reservas marinhas
em debate no Café Oceano de Fevereiro

Muitos países já têm áreas marinhas protegidas. Contudo, no seu conjunto, cobrem apenas 1% da superfície dos oceanos. Muitos cientistas defendem que esta percentagem deve crescer até aos 30%, através da criação de uma rede de áreas marinhas protegidas a nível mundial. Mas será esta uma medida capaz de travar a degradação ecológica dos oceanos? Este será o tema em debate na próxima edição do Café Oceano, sendo a investigadora do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da UAlg, Alexandra Cunha, a convidada para falar sobre “Reservas marinhas… Um novo paradigma”.

Muitos cientistas e organizações de conservação da natureza acreditam que será necessário ir mais além na protecção doa oceanos, defendendo um novo paradigma de protecção dos oceanos e de gestão das pescas.
Segundo a convidada da próxima edição do Café Oceano, já na próxima quinta-feira, no Pátio das Letras, em Faro, a partir das 18h30, “este novo paradigma defende que a protecção marinha não deverá ser apanágio de algumas zonas seleccionadas e especiais, situadas junto da costa: as reservas devem ser a base e o sustentáculo de toda a gestão do mar”.
De acordo com esta visão, continua a investigadora do CCMAR da UAlg, “as áreas marinhas protegidas devem cobrir mais de 30 % dos oceanos e deveriam ser complementadas por outro tipo de áreas marinhas protegidas, nas quais seriam autorizadas actividades de pesca com menor impacto ou, por exemplo, os arrastos”.
O objectivo seria controlar as actividades mais destrutivas e mantê-las longe das zonas mais sensíveis, passando os locais sem qualquer tipo de protecção a ser apenas uma pequena parte dos oceanos e não a maior parte, como acontece actualmente (apenas 1% dos oceanos está protegido).
Será que estamos preparados para dar este passo de gigante? Quais seriam as consequências económicas e sociais da implementação de áreas marinhas protegidas em 30% dos oceanos?
Alexandra Cunha lembra que “a constatação sobre a rápida recuperação dos ecossistemas de muitas reservas marinhas, já implementadas em várias partes do mundo, mostra que o mar ainda tem capacidade para se regenerar em muitos pontos e que, portanto, a implementação deste novo paradigma traria inúmeros benefícios em termos de recuperação das funções dos ecossistemas marinhos e da optimização do esforço de pesca”.


19 de Fevereiro, 5.ª feira, às 18h30, no Pátio B@r, em Faro