
O ecossistema Ria Formosa é um activo ambiental que fornece determinados bens e serviços à comunidade, bens e serviços esses que podem ser valorizados do ponto de vista económico, ou seja, “é possível atribuir um determinado valor económico a este activo, no seu todo”, explica António Matias, docente da FE que lecciona na área da valorização dos recursos ambientais.
Mas, se alguns bens e serviços são transaccionados no mercado (como o peixe ou os moluscos, por exemplo), outros há que não são, que não têm preço, mas aos quais é possível atribuir um valor. “O que os economistas fazem é, justamente, obter por outras vias esses preços, para saber que valor global tem este activo ambiental que é a Ria Formosa”, sublinha o especialista.
No fundo, a Ria Formosa enquanto activo ambiental tem três vertentes principais: fornece recursos às pessoas, é um receptor de resíduos (assimila e trata) e é uma fonte de prazer (o que se chama em economia uma utilidade directa, como, por exemplo, um bonito pôr-do-sol).
“O que tentamos perceber é quanto é que as pessoas estão dispostas a pagar para ter todos estes benefícios, desde aqueles aos quais é possível atribuir um preço directo, mas também aos que têm um valor mais difícil de medir em termos económicos”, conclui António Matias.