Monday, February 18, 2008

"Mexilhões artificiais... para o bem ou para o mal?"

O Café Oceano é um espaço para conviver, relaxar e falar de um tema que nos interessa. No mês de Janeiro, a oradora convidada foi a investigadora da Universidade do Algarve, Maria Gonzalez-Rey. Esta investigadora, encontra-se envolvida num projecto de investgação experimental desenvolvido pela City University de Hong-Kong, que tem por base o desenvolvimento de “mexilhões artificiais” como método de controlo de poluição.

Varias espécies de bivalves, nomeadamente de mexilhões, têm vindo a ser utilizados para monitorizar a poluição aquática, (níveis de contaminação metálica, poluentes orgânicos, e fitofarmacêuticos). Os mexilhões apresentam largas vantagens neste tipo de controlo, já que são organismos filtradores cesseis que acumulam poluentes nos seus tecidos, com uma vasta distribuição geográfica, e muito resistentes a grandes variações do meio ambiente.

O uso destes organismos marinhos apresenta no entanto desvantagens que podem ser contrariadas pela utilização de “espécies artificiais”. De facto, as concentrações de poluentes nos tecidos dos mexilhões são afectadas por variações físicas e químicas do indivíduo ou alterações dentro da espécie. A utilização de “mexilhões artificiais”, permite contrariar todos os pontos negativos e garantir as mesmas características relativamente ao uso de espécies naturais.

O “mexilhão artificial” consiste num pequeno tubo de P.V.C cujas duas aberturas são fechadas com um gel poroso. No seu interior possui um bloco de resina gelatinosa absorvente. A resina em questão permite concentrar os metais presentes na água monitorizando os níveis de contaminação com cádmio, zinco, cobre e chumbo.

Estes instrumentos para monitorização de contaminantes estão a ser testados actualmente em Portugal em Aveiro, Portimão, Olhão e no Estuário do Tejo, sendo aplicados cerca de 30 “indivíduos” em armadilhas colocadas no fundo, permanecendo submersos durante cerca de 4 meses. Brevemente, os resultados obtidos com os “mexilhões artificiais” serão comparados, nesta primeira fase, com os resultados obtidos nas espécies naturais autóctones.

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