Tuesday, October 21, 2008

Quanto vale a Ria Formosa?

O Prof. António Matias, da Faculdade de Economia (FE) da UAlg, é o orador convidado para a edição de Outubro do Café Oceano, cujo tema central será a forma como se avalia o valor económico de um sistema ambiental/natural como a Ria Formosa, considerando-o como um activo ambiental. O debate terá lugar no Pátio de Letras, na Rua Dr. Cândido Guerreiro, n.º 26-30, entre as 18h30 e as 20h30.

O ecossistema Ria Formosa é um activo ambiental que fornece determinados bens e serviços à comunidade, bens e serviços esses que podem ser valorizados do ponto de vista económico, ou seja, “é possível atribuir um determinado valor económico a este activo, no seu todo”, explica António Matias, docente da FE que lecciona na área da valorização dos recursos ambientais.
Mas, se alguns bens e serviços são transaccionados no mercado (como o peixe ou os moluscos, por exemplo), outros há que não são, que não têm preço, mas aos quais é possível atribuir um valor. “O que os economistas fazem é, justamente, obter por outras vias esses preços, para saber que valor global tem este activo ambiental que é a Ria Formosa”, sublinha o especialista.
No fundo, a Ria Formosa enquanto activo ambiental tem três vertentes principais: fornece recursos às pessoas, é um receptor de resíduos (assimila e trata) e é uma fonte de prazer (o que se chama em economia uma utilidade directa, como, por exemplo, um bonito pôr-do-sol).
“O que tentamos perceber é quanto é que as pessoas estão dispostas a pagar para ter todos estes benefícios, desde aqueles aos quais é possível atribuir um preço directo, mas também aos que têm um valor mais difícil de medir em termos económicos”, conclui António Matias.

3 comments:

Anonymous said...

Pois bem, fiz parte da assistência de ontem e gostei bastante. Gerou-se um ambiente algo informal, mas interactivo. A temática foi muito interessante, se bem que por vezes se gera algum atrito entre as dimensões economia e ambiente. Este atrito pode dever-se ou por haver ideias pré-concebidas erradas sobre o assunto, ou por falta de informação e se achar que são duas dimensões incompatíveis, logo impossíveis de tratar conjuntamente. Pois bem, não o são, e a economia ambiental é uma área charneira que funde as duas dimensões e que está em franco desenvolvimento desde as últimas décadas. Um indicador disso é a crescente publicação de artigos científicos nessa área.

Não fugindo da temática do “Café Oceano”, a sugestão de política de proximidade para uma próxima palestra/tertúlia tem a ver com as decisões que são tomadas, sem haver um conhecimento generalizado por parte da população. É certo que um determinado projecto não agrada a todos, pois há quem ganhe, mas também quem perde com isso. Não é pressuposto que todos decidam, mas sim e apenas que se escrutine as posições dos interessados. Para investigar essas posições é necessário arranjar um ou mais processos de medição. É importante saber qual é o vector resultante da opinião pública para poder tomar a melhor decisão. Um processo de análise a priori é pois fundamental e democrático numa sociedade moderna e justa. Quem já não viu o programa “Prós e Contras” da RTP 1 às 2ªs-feiras? É um bom exemplo de espaço de grandes audiências para debater problemas nacionais. E porque não ter essa visão de política pública de proximidade a nível local? Para que a implementação de projectos tenha uma utilidade pública é necessário saber o posicionamento dos vários interessados, estejam estes a favor ou contra. A dificuldade da questão reside na gestão de conflitos, porque a maior parte das decisões não têm um apoio unânime...

Parabéns ao Prof. António Matias pela palestra e seus dois convidados pelos esclarecimentos adicionais, à organização do “Café Oceano” pelo interesse no tema, e à restante audiência por ter interagido com o tema de “monetizar a Ria Formosa” e partilhar experiências.

Jorge Ramos (PhD em economia de pescas, actualmente investigador bolseiro no INRB, I.P. / L - IPIMAR)

Namb said...

Olá,

O meu nome é Pedro Abrantes e sou o Presidente da Mesa do Plenário do Namb.

O nosso Núcleo: Namb - Núcleo de Ambiente da Universidade do Algarve, fundado em 13 de Novembro de 1996, é uma secção autónoma da Associação Académica da Universidade do Algarve. Este Núcleo multiplica-se em acções de sensibilização e informação, para os problemas ambientais actuais. Estas acções têm sido direccionadas aos estudantes da Universidade do Algarve, bem como a todos os residentes da região do Algarve.

Gostámos bastante do teu Blog (http://cafeoceano.blogspot.com) e gostaríamos de te pedir se seria possível adicionares o link do nosso Blog ao teu. E quem sabe postares uma notícia sobre nós.

http://namb-ualg.blogspot.com/

Dá uma vista de olhos por ele. Estamos também a trabalhar para reabrir o site do Namb, e já adicionámos o teu link ao nosso Blog.


Namb - Pedro Abrantes

Anonymous said...
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